Gabriel Luís de Oliveira, acusado por nove mortes em baile funk, contou fumar charuto e beber cerveja após confrontos letais.
RIO DE JANEIRO, RJ (AGÊNCIA BRASIL) – O tenente da Polícia Militar do Rio de Janeiro que afirmou a um influenciador digital canadense que celebra fatalidades em confrontos com vinho e queijo é um dos 15 policiais envolvidos na investigação da morte de sete indivíduos em uma festa clandestina na Rocinha, em março de 2020. A repercussão do diálogo divulgado pela imprensa gerou um impacto significativo na corporação.
As declarações do sargento levantaram questionamentos sobre a conduta dos agentes da PM e a necessidade de medidas mais rigorosas para garantir a transparência e a responsabilidade dentro da Polícia Militar. A atuação dos profissionais de segurança pública deve ser pautada pela ética e pelo respeito aos direitos humanos, valores fundamentais para o bom funcionamento da corporação.
PM: Sargento Oliveira e o Baile em Paraisópolis
A tentativa de contato com a defesa de Oliveira foi infrutífera, já que ele mudou de defensor. O sargento Gabriel Luís de Oliveira desempenhava o papel de motorista no primeiro veículo tático móvel que chegou à favela de Paraisópolis para auxiliar na perseguição às duas motos cujos ocupantes haviam disparado contra outros policiais, desencadeando o tumulto que resultou em nove mortes e 12 feridos, a maioria deles feridos por pisoteamento.
De acordo com a versão oficial, os PMs foram alvo de ataques com garrafas e pedras por frequentadores do baile, o que teria levado à retaliação com armas menos letais, como bombas de efeito moral e balas de borracha. Os policiais precisaram de reforço para sair do local e conseguiram sair ilesos. Após o tumulto, eles avistaram os feridos em uma viela e prestaram socorro.
Segundo a denúncia aceita pela Justiça, o Ministério Público alega que Oliveira teria descido do veículo ‘com o cassetete em mãos e começou a agredir quem tentava escapar do tumulto naquela esquina’. A denúncia destaca que os acusados agiram com a intenção vil de causar confusão, pânico e sofrimento, demonstrando abuso de poder e prepotência em relação à população presente no evento cultural.
O afastamento de Oliveira e dos demais policiais envolvidos no incidente foi ordenado pelo então governador João Doria. Promovido de cabo a sargento, Oliveira foi designado para a zona norte no ano passado, onde passou a integrar uma nova equipe da Força Tática, que foi entrevistada por Gen Kimura para discutir a rotina da corporação. O youtuber acompanhou algumas operações em viaturas, conforme seu conteúdo recente.
Durante uma entrevista, o sargento mencionou, em inglês, que a morte de criminosos era celebrada com charutos e cerveja, o que gerou repercussão negativa e levou à remoção dessa parte da entrevista do canal. A situação provocou uma crise devido às declarações de Oliveira e a possíveis falhas de comunicação na PM.
Um capitão vinculado à cúpula da corporação teria autorizado a gravação com o youtuber sem informar os superiores hierárquicos, sendo um dos policiais afastados em decorrência do incidente. A SSP afirmou que a PM está investigando todas as circunstâncias envolvendo o policial, com a Corregedoria encarregada das apurações. A instituição reiterou seu compromisso com a legalidade e a responsabilização de agentes por condutas irregulares.
Fonte: © Notícias ao Minuto
Comentários sobre este artigo