A participação feminina na política é menor em cargos mais altos, evidenciando obstáculos para as mulheres no Brasil, segundo dados de pesquisa.
A participação feminina na política brasileira ainda enfrenta desafios significativos. Mesmo com avanços nos últimos anos, a participação das mulheres em cargos políticos de alto escalão ainda é limitada. O teto de vidro que impede a participação feminina começa a ser percebido dentro dos próprios partidos políticos, refletindo a desigualdade de gênero que persiste no cenário político do país.
É fundamental promover a participação feminina na política por meio de ações concretas que incentivem a representação das mulheres em todas as esferas do poder. A presença feminina nos cargos de liderança política é essencial para garantir uma sociedade mais justa e igualitária. A luta pela participação das mulheres na política deve ser constante e incansável, visando a construção de um ambiente mais inclusivo e diversificado.
Participação feminina na política: obstáculos antes das urnas eletrônicas
A representação feminina na política enfrenta desafios desde os estágios iniciais, conforme apontado por um dos grupos de pesquisa dedicados à análise da participação política feminina. Os resultados preliminares desse estudo foram revelados durante um evento realizado recentemente na sede do Tribunal Superior Eleitoral.
A presença feminina não se reflete de forma proporcional nas esferas políticas. Apesar de comporem a maioria do eleitorado, as mulheres enfrentam desigualdades significativas em relação à participação em cargos políticos. Dados levantados a partir de informações de todos os partidos com representação na Câmara dos Deputados revelam que, embora representem 53% do eleitorado, as mulheres constituem apenas 46% dos filiados a partidos políticos.
Além disso, a presença feminina em cargos de direção a nível estadual e nacional nas legendas é substancialmente menor, com índices de 33% e 16%, respectivamente. Essas disparidades são evidenciadas a partir de informações coletadas até 1º de julho de 2022, antes do início das convenções partidárias.
A ausência de representatividade feminina nas lideranças partidárias é apontada como um obstáculo significativo para a promoção da participação política das mulheres. Marina Martins Santos, pesquisadora do TSE, destaca a importância de incluir as mulheres nesses espaços decisórios para transformar a atual realidade política do Brasil.
O grupo de pesquisa planeja expandir o estudo, incorporando dados dos diretórios municipais dos partidos, a fim de propor medidas que incentivem e fortaleçam a participação feminina nas estruturas partidárias. Os resultados serão compilados em um artigo acadêmico, visando contribuir para o aprimoramento dos processos eleitorais.
Ao analisar os dados nacionalmente, observa-se uma persistente desproporção de gênero em todas as regiões do país. A discussão atual se concentra na diferença entre as candidatas e as eleitas, uma vez que, em 2022, apenas 34% das candidaturas foram de mulheres, ligeiramente acima do mínimo exigido por lei.
No entanto, a representação feminina eleita foi ainda menor, com apenas 18% dos eleitos sendo mulheres. A pesquisa destaca a sub-representação feminina nos espaços decisórios das legendas, especialmente nos órgãos estaduais temporários, onde a participação feminina é ainda mais limitada.
Diante desses desafios, é fundamental promover a igualdade de gênero na política, garantindo a efetiva participação das mulheres em todos os níveis de decisão. A superação dos obstáculos enfrentados pelas mulheres na esfera política é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Fonte: © Conjur
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