Trump conseguiu prorrogar o prazo para pagar multa de R$ 2,3 bilhões, alegando falta de dinheiro. Sua defesa adiou o depósito na conta do tribunal por mais 10 dias.
Donald Trump terá que desembolsar uma quantia considerável para pagar sua penalidade por fraudar o balanço financeiro. A Justiça de Nova York determinou que o ex-presidente deverá pagar R$ 871 milhões pela fraude cometida, uma cifra bastante expressiva.
Neste novo desfecho, a multa imposta a Trump não sofreu nenhum tipo de redução, mantendo-se no valor anteriormente estabelecido. O ex-presidente terá que arcar com o montante total da penalidade, sem chances de diminuição do valor a ser pago.
Trump terá que pagar R$ 871 mi por fraudar balanço financeiro – Multa
O período estipulado para efetuar o pagamento da fiança, que originalmente terminaria nesta segunda-feira, foi prorrogado, e agora Trump dispõe de mais 10 dias para depositar o montante na conta do tribunal.
Mediante o acordo firmado, Trump ganha também um prazo adicional para evitar o confisco de seus bens pelo sistema judiciário como forma de execução da multa imposta. O antigo presidente corria esse risco em caso de ausência de acordo e descumprimento do pagamento da multa. O valor inicial da penalidade estabelecida pela Justiça de Nova York totalizava US$ 454 milhões (equivalente a cerca de R$ 2,3 bilhões na cotação atual).
O novo montante acarreta numa redução de 61% no valor da fiança determinado para ser quitado pelo ex-presidente. Na última semana, Trump alegou não possuir tal quantia e solicitou a diminuição do valor.
(Leia mais abaixo) Em fevereiro, Donald Trump foi condenado em primeira instância por ter fraudado balanços de uma de suas empresas, a Trump Organization, atuante no ramo imobiliário, visando obter empréstimos e conduzir negociações em condições favoráveis.
Admissão de apelação
Na semana passada, Trump comunicou à Justiça a inviabilidade de reunir o valor inicialmente estipulado para a fiança, de US$ 454 milhões (aproximadamente R$ 2,3 bilhões segundo a cotação vigente). O prazo para a efetivação do pagamento da fiança encerrava-se nesta segunda-feira (25).
Os advogados enfatizaram a inexistência desse montante por parte do ex-presidente e propuseram a depositar uma quantia inferior, de US$ 100 milhões (R$ 501 milhões), ou solicitaram a suspensão da cobrança do valor, considerado excessivo por eles. Trump nega ter manipulado os balanços contábeis de suas empresas.
Os defensores recorreram da sentença – ou seja, buscarão reverter o veredicto numa instância superior do sistema judiciário. Os representantes legais afirmam que Trump e sua equipe contataram 30 empresas especializadas em empréstimos para pagamento de fiança e quatro corretores no intuito de fechar um contrato que transferisse a responsabilidade do pagamento para uma companhia.
O ex-presidente dos Estados Unidos contratou Gary Giulietti, um executivo com especialização em seguros, para tentar obter um contrato com uma empresa destinada ao pagamento de fiança. Em caso de derrota, esse contrato garante que a empresa de pagamentos de fiança quitará o montante.
Giulietti afirmou por escrito que conseguir uma fiança de US$ 454 milhões ‘é inviável nas atuais circunstâncias’, e que muitas empresas de pagamentos não emitem títulos acima de US$ 100 milhões e, nestas circunstâncias, não aceitam imóveis como garantia (uma grande parte do patrimônio de Trump consiste em imóveis).
Os defensores alegam que o juiz de primeira instância está requerendo um valor que, na prática, impossibilita o recurso à sentença.
Multa, corretores de contratos, contrato de fiança
Balanço inflado contribui para obter negociações: A procuradora-geral do estado, Letitia James, ingressou com um processo contra Trump e a Organização Trump em setembro de 2022 por prestarem informações falsas durante uma década acerca dos valores de ativos e patrimônio líquido para obter condições mais favoráveis em empréstimos bancários e seguros.
Ela revelou que o ex-presidente dos EUA inflou seu patrimônio líquido em até U$ 2,23 bilhões nos relatórios financeiros anuais enviados a bancos e seguradoras. Letitia pontuou que os ativos cujos valores foram inflacionados englobaram a propriedade de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, seu penthouse na Trump Tower, em Manhattan, e diversos edifícios de escritórios e campos de golfe.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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